Discutiam com frequência por motivos bobos, ou às vezes, até sem motivo.
Mas apesar disso ele nunca levantou a voz ao falar sério com ela, a
única vez que o fez, ela chorou, ele odiou. Geralmente a saudade ou o
amor, em menos de uma hora, acabava obrigando um dos dois a, de um jeito
ou de outro, mostrar que estava tudo bem novamente, afinal, um não
vivia sem o outro. Em compensação, quando estavam brincando brigavam mil
vezes. Ele mordia ela, pra se vingar ela o arranhava, ele fingia fugir,
ela corria atrás, pulava o mais alto que podia e se agarrava as costas
dele como uma criança. Numa dessas falsas brigas ele chegou a erguê-la
quase que de ponta cabeça, e em outra ocasião, até jogou água nela. Mas
tudo isso entre risos sorrisos e gargalhadas, e até os vizinhos podiam
perceber a felicidade, a loucura e a paixão do casal que morava ao lado.
Mais nem tudo isso dura pra sempre. Os dias vividos a dois provaram que
a eternidade é só um instante!
Laís Nunes
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